sábado, 31 de dezembro de 2011

Um ano novo exige um bom caminho


MANUAL DE CONSERVAR CAMINHOS

Por Paulo Coelho

1] O caminho começa em uma encruzilhada. Ali você pode parar e pensar em que direção seguir. Mas não fique muito tempo pensando, ou jamais sairá do lugar. Faça a clássica de Castaneda: qual destes caminhos tem um coração? Reflita bastante sobre as escolhas que estão adiante, mas uma vez dado o primeiro passo, esqueça definitivamente a encruzilhada, ou sempre ficará sendo torturado pela inútil pergunta: “será que escolhi o caminho certo?” Se você escutou seu coração antes de fazer o primeiro movimento, você escolheu o caminho certo.

2] O caminho não dura para sempre. É uma benção percorrê-lo durante algum tempo, mas um dia ele irá terminar, portanto esteja sempre pronto para despedir-se a qualquer momento. Por mais que você fique deslumbrado por certas paisagens, ou assustado com algumas partes onde é necessário muito esforço para seguir adiante, não se apegue a nada. Nem às horas de euforia, nem aos intermináveis dias onde tudo parece difícil, e o progresso é lento. Cedo ou tarde um anjo virá, e sua jornada chega ao final, não esqueça.

3] Honre seu caminho. Foi sua escolha, sua decisão, e na medida que você respeita o chão onde pisa, também este chão passa a respeitar seus pés. Faça sempre o que for melhor para conservar e manter seu caminho, e ele fará o mesmo por você.

4] Esteja bem equipado. Leve um ancinho, uma pá, um canivete. Entenda que para as folhas secas os canivetes são inúteis, e para as ervas muito enraizadas os ancinhos são inúteis. Saiba sempre que ferramenta utilizar a cada momento. E cuide delas, porque são suas maiores aliadas.

5] O caminho vai para frente e para trás. Às vezes é preciso voltar porque foi perdido algo, ou uma mensagem que devia ser entregue foi esquecida no seu bolso. Um caminho bem cuidado permite que você volte atrás sem grandes problemas.

6] Cuide do caminho, antes de cuidar do que está a sua volta: atenção e concentração são fundamentais. Não se deixe distrair pelas folhas secas que estão nas margens, ou pela maneira como os outros estão cuidando dos seus caminhos. Use sua energia para cuidar e conservar o chão que acolhe seus passos.

7] Tenha paciência. Às vezes é preciso repetir as mesmas tarefas, como arrancar ervas daninhas ou fechar buracos que surgiram depois de uma chuva inesperada. Não se aborreça com isso, faz parte da viagem. Mesmo cansado, mesmo com certas tarefas repetitivas, tenha paciência.

8] Os caminhos se cruzam: as pessoas podem dizer como está o tempo. Escute os conselhos, tome suas próprias decisões. Só você é responsável pelo caminho que lhe foi confiado.

9] A natureza segue suas próprias regras: desta maneira, você tem que estar preparado para súbitas mudanças do outono, o gelo escorregadio no inverno, as tentações das flores na primavera, a sede e as chuvas de verão. Em cada uma destas estações, aproveite o que há de melhor, e não reclame das suas características.

10] Faça do seu caminho um espelho de si mesmo: não se deixe de maneira nenhuma influenciar pela maneira como os outros cuidam de seus caminhos. Você tem sua alma para escutar, e os pássaros para contar o que sua alma está dizendo. Que suas histórias sejam belas e agradem tudo que está a sua volta. Sobretudo, que as histórias que sua alma conta durante a jornada sejam refletidas em cada segundo de percurso.

11] Ame seu caminho: sem isso, nada faz sentido. E que Deus guie seus passos cada dia de 2012!

COELHO, P. Manual de conservar caminhos. Disponível em: http://paulocoelhoblog.com/2011/12/31/edicao-n%C2%BA-144-manual-de-conservar-caminhos/ . Acesso em: 31 de dezembro de 2011.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O efeito flor

O que fiz ao escrever
Foi enxergar o veneno
Vermelho das flores de vidro.

Ousei, assim, engendrar
Em mim, veneno vítreo
E vislumbrar o efeito flor.

De lá para cá,
Nunca mais o mesmo fui
Enredado em tal loucura,
Sopro beleza em meio à feiúra.

* Poesia classificada no concurso literário @LetrasnoPalco da Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Uma viagem é um mar de sim e de não


Lago Titicaca.

Dia desses recebi um tweet do @jmarcelofotos convidando a mim e a outras pessoas a escrever e lhe enviar um texto sobre os nossos melhores momentos em 2011. Nesse sentido, a princípio fiquei um pouco bloqueado em relação ao convite, porque, confesso, achei que compartilhar conquistas, sonhos realizados, felicidades pessoais, assim, na internet, poderia ser mal entendido ou até mesmo repudiado por certas audiências.

De fato, não há nada mais agudo e ofensivo para algumas pessoas que a alegria alheia e foi pensando nessas pessoas que controlei meu impulso inicial de escrever sobre a minha viagem ao Peru e enviar para o @jmarcelofotos. Mas depois de alguma reflexão, entendi que o convite ia além disso e que certas reações sempre ocorrerão. Enfim, superado o bloqueio inicial, gostaria de contar sobre como foi divertido e surpreendente viajar sozinho para fora do país, conhecendo gente diferente, lugares exuberantes e comidas exóticas, de maneira que a minha história possa servir de inspiração para outras pessoas que pretendem concretizar uma aventura semelhante.

Grupo da expedição a Machu Picchu.
Como disse, meu destino de férias foi o Peru, especificamente a cidade de Cuzco e seus arredores, onde encontramos, por exemplo, Machu Picchu, principal destino turístico do país. No lugar, temos contato direto com a história do povo Inca e podemos sentir na pele como é viver na altitude de mais de 2.500 metros. A cidade de Cuzco é um centro cosmopolita. Lá se reúne gente de todos os cantos do mundo que chegam à capital do antigo Império Inca para tentar decifrar o enigma que o povo peruano representa aos olhos estrangeiros. Nessa viagem, conheci gente de vários lugares, especialmente de Israel, mas também do Canadá, da França e da Alemanha. Fato que comprova o espírito cosmopolita da cidade.

Visão postal de Machu Picchu.
Dentre os lugares que conheci, destaco dois, quais sejam: Machu Picchu, naturalmente, e o Lago Titicaca. Para chegar até Machu Picchu escolhi o caminho das pedras, pois literalmente caminhei por quatro dias até chegar à cidade sagrada. Já para chegar até o Lago Titicaca a viagem foi de um dia, contudo, muito mais cômodo, pois trata-se de um roteiro turístico em que vamos conhecendo cidades da região sul do Peru, desde Cuzco até Puno, que fica às margens do lago. A viagem ao Peru foi muito significante para mim não somente porque foi a minha primeira viagem internacional, mas também porque fiz isso sozinho em um gesto que posso dizer de total independência. Cada um de nós tem os seus caminhos e os meus precisavam de algo assim esse ano. Por isso, marco essa viagem como o melhor momento para mim em 2011.

Visão panorâmica de Cuzco.
Para finalizar, gostaria de deixar algumas dicas para quem pretende se aventurar em uma viagem assim. Em primeiro lugar, a gente tem que se planejar, pois comprar passagens aéreas com antecedência pode significar um bom desconto, em meu caso foi algo em torno de 50%. Outra dica é viajar fora da temporada de férias, eu viajei em abril, pois os destinos estão menos saturados de gente e os preços se encontram mais acessíveis. É isso aí, desejo a todos um excelente 2012, cheio de sonhos realizados e, consequentemente, muitas alegrias sinceras. Ah, e que o mundo não acabe, pois as coisas parecem que vão ficar boas justamente agora, vocês não acham?

Carlos Correia é biólogo, trabalha no INSS em União dos Palmares, está no Twitter como @ca_correia e eventualmente escreve no blog Lapsos criativos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PROGRAMAÇÃO: 20 de novembro, Serra da Barriga



Parque Memorial Quilombo dos Palmares, Serra da Barriga, União dos Palmares – Alagoas

Dia 20/11
04h – Cerimônia em homenagem a ancestrais dos Religiosos de Matriz Africana (cerca de 300 religiosos vindos de Maceió e União dos Palmares)
08h – Iségún Káwójuba (reverência aos ancestrais africanos) e Cortejo com 80 yalorixas locais dando Abertura à Visitação do Parque Memorial Quilombo dos Palmares
09h – Degustação Afro-Brasileira (café da manhã com as 300 autoridades e babalorixas e yalorixas) – Restaurante do Parque
10h – Homenagem a Zumbi, colocação da coroa de flores e salva de tiros
A partir das 10h – Apresentação Artística e Cultural / Dança dos Orixás
12h - Degustação da Culinária Afro-Brasileira – Restaurante do Parque
13h às 17h – Apresentações de grupos culturais locais



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A ética do cuidado no limiar da (in)sustentabilidade



Todos os dias, nos nossos dias de pós-modernidade, a grande maioria das pessoas é assaltada por classificados nos meios de comunicação que anunciam o rompimento de uma nova fronteira do consumo. São MP3s que evoluíram para o 4, 5 ou 6, um modelo de carro possante, uma roupa para a festa e a câmera digital para registrá-la, enfim, sempre à venda um desejo, engendrado, de tal maneira, em espiral que alimenta o consumo exagerado.

No limiar da insustentabilidade de certos gestos, a filosofia de Leonardo Boff aponta-nos para a ética do cuidado. Consigo. Com o outro. Com todas as formas viventes. Com o mundo. A fim de que “possamos nos amparar e elaborar uma atitude cuidadosa, protetora e amorosa para com a realidade”, afirma Boff. E, sem dúvida, esta atitude perpassa pelo consumo responsável dos bens disponíveis neste planeta, pois a construção de sociedades sustentáveis está intrinsecamente ligada à “boa medida” de nossos atos.

A experiência acumulada ao longo do movimento ambientalista nos ensina que a “boa medida”, indicativo de um consumo responsável ou não, está relacionada ao fato de ser respeitado, aqui e agora, o tempo necessário para que os processos naturais reponham o recurso consumido. É a chamada dupla responsabilidade – sincrônica e diacrônica – para com a atual geração e, também, para com a vindoura.

A humanidade estaria, nesses termos, pronta para assumir tamanha responsabilidade? Ou melhor, ela vem sendo adequadamente apresentada a essa nova atitude? Com base na gravidade da situação ambiental em todo o mundo, somos levados a acreditar que não, sendo indiscutível a necessidade de implementação de uma outra forma de educar as gerações, a qual chamamos de Educação Ambiental.

Nesse sentido, entendemos e desejamos a Educação Ambiental como um ato crítico, reflexivo, e nitidamente, cuidadoso, pois queremos ousar assumir um dos lados da questão ambiental, a saber: o dos que desejam construir com amorosidade, sociedades sustentáveis. Tal construção por basear-se em valores como a solidariedade, a justiça ambiental, o respeito às diversidades, a crítica ao consumismo, entre outros valores anti-hegemônicos, pretende forjar a participação cidadã no presente com o olhar no futuro.

Por fim, reivindicamos a democratização do poder da palavra. Que nossos discursos pelo cuidado com a Natureza possam ser entendidos como um ato político que visualiza na utopia do sonho, a concreta certeza da mudança social. Aos educadores ambientais, o somos todos nós, é dada diariamente a leveza do crepúsculo e quem estiver atento, pela ocasião do apagar das luzes, acenderá novas chamas em seu caminhar.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

My favorite day


The Weekend in Titicaca Lake, Puno, Peru.


Hi, my name is Carlos, I’m a Brazilian guy. I’ve lived in União dos Palmares since I was born in 1986. In this text, I’m going to speak about my favorite day. Well, my favorite day of the week is Friday because in the evening it’s the weekend. Then, I like to work, but I’m much more not to work.

In the weekend, especially in the morning of Saturday I usually study a lot of English. After, I watch TV in the Discovery Channel or National Geographic Channel that I like very much.

         I habitually have lunch at home with my brother and my sister. We don’t have parents. They are dead. We often have a simple lunch because my sister generally doesn’t like cooking. After lunch, I read journals and magazines or watch a movie with my family.

In the evening, I usually go to computer to surf in the Internet. There, I visit web sites like Orkut, Facebook, Twitter and others. So, I update my life in the social network.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Outubro passou...

Outubro passou e somente agora eu vi que não postei nenhum texto durante todo o mês anterior. Curiosamente, isso se deu não por falta de assunto, pois outubro foi um mês repleto de pequenos acontecimentos e grandes reviravoltas em minha vida.

Desse fato posso concluir que a minha presença online é inversamente proporcional ao dinamismo da minha vida real, de maneira que festejo o fato de ter inúmeros motivos para justificar um mês inteiro de silêncio por aqui.

Em outubro:


  • Participei do II Congresso Nacional de Educação Ambiental;
  • Conheci João Pessoa;
  • Publiquei dois artigos, um no II CNEA e outro na Revista EntreVer da UFSC;
  • Fiz naturalismo em Tambaba;
  • Conheci pessoalmente Michèle Sato.


Ou seja, um saldo que eu considero extremamente positivo. Naturalmente, cada um desses fatos chegou a me inspirar a escrever um post, porém não posso negar que também estive muito envolvido com estudos, tanto o Inglês quanto as especializações. Por fim, acredito que, em novembro, tudo deve voltar ao normal e as postagens idem.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A cara dos Direitos Humanos

A imagem acima foi o logotipo para os Direitos Humanos eleito entre as mais de 15.000 ideias submetidas ao projeto Logo Design Challenge for Human Rights. Essa imagem é livre para ser usada por qualquer pessoa, em qualquer lugar, sem restrições, com o objetivo de promover os Direitos Humanos.

Outras informações sobre esse projeto podem ser obtidas aqui.

Mobilização em prol da Palestina

Hoje, o apelo palestino por uma condição de Estado independente pode morrer nos próximos meses, a menos que nós ajudemos a salvar esse apelo. Na quarta-feira à noite, o presidente Obama se encontrou com o presidente palestino Abbas, e possivelmente o pressionou fortemente para evitar uma votação completa na assembleia das Nações Unidas, uma votação que a Palestina certamente venceria. Ontem a pressão parecia estar funcionando, e os palestinos estão desistindo da votação.

Vai ser uma tremenda desilusão para o mundo e para os palestinos se esse momento passar sem nenhuma realização. Isso iria enfraquecer a paz e alimentar a desesperança, o extremismo e a violência. Mas ainda podemos virar o jogo. Em algumas horas, a Avaaz vai levar uma flotilha de navios pelo rio que corre próximo à ONU, coberta com enormes cartazes. Outro barco com jornalistas dos maiores meios de comunicação do mundo vai permitir a filmagem da flotilha e os jornalistas vão entrevistar nosso porta-voz. Se pudermos dizer que, em apenas 12 horas, 250 mil pessoas apelaram ao Abbas para que ele seja firme e forte e permita que o mundo faça uma votação, isso vai ajudar a definir este momento na mídia -- influenciando a decisão de Abbas em atender ou não a esse apelo histórico.

Esta semana a Avaaz se reuniu com vários ministros de relações exteriores e nossa manifestação em Nova Iorque para entregar nossa poderosa petição com um milhão de assinaturas que foi notícia em todos os lugares. Mas o lobby dos EUA é impetuoso - nós precisamos urgentemente apelar ao Abbas para que ele seja forte e a cada um de nossos países para que apoiem o presidente palestino. Clique abaixo para assinar a petição e enviar uma mensagem urgente por telefone, no Facebook ou Twitter para governos e seus líderes, ou deixe comentários em artigos de notícias específicos para modelar a narrativa da mídia nesse momento. Temos apenas algumas horas antes que o presidente Abbas faça seu discurso na ONU mostrando sua decisão. Vamos fazer tudo que pudermos: 

FREEDOM AND PEACE FOR PALESTINE RIGTH NOW!

Fonte: Avaaz.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Veneta

Veneta é um acesso repentino de loucura. Quem nunca teve uma veneta? Pois bem, é nessas horas que desejamos coisas do tipo:

"Eu quero um amor de primavera
Procuro letreiro de néon
Pretendo zoar a noite inteira
Preciso encontrar um homem bom
Que me deixe louca a chorar pitangas no breu
Que me beije a boca na laje do arranha-céu
Que estenda um tapete vermelho e me beije a mão
Que me arranque a roupa no meio da multidão"

Veneta, Chico Buarque

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Do you speak English?


Atualmente, tenho me dedicado bastante ao aprendizado de idiomas, inglês e espanhol, mas especialmente ao inglês. Nesse sentido, tenho encontrado na internet excelentes sites que têm auxiliado o meu desenvolvimento ao longo do curso presencial de inglês que faço na Escola Live, com o professor Júnior. A título de informação, a escola está localizada nas proximidades do Hospistal São Vicente, exatamente na ladeira que lhe dá acesso.

Voltando aos sites, gostaria de indicá-los a quem tiver interesse em aprender inglês, pois eles são gratuitos e muito eficazes, podendo surpreendê-los.

LEARN AMERICAN ENGLISH ONLINE
Sem dúvida alguma essa é a melhor dica para quem quer aprender inglês por conta própria. Nesse site há um curso completo sobre o inglês falado nos Estados Unidos.

BLOG INGLÊS NA PONTA DA LÍNGUA
Uma dica de inglês quase todos os dias.

PROJOVEM URBANO - BASIC ENGLISH
É um curso básico de inglês disponibilizado na internet pelo governo federal no âmbito do ProJovem Urbano, programa social de promoção de melhoria de vida para os jovens.

LEARNING ENGLISH WITH BBC
Nesse site, você poderá exercitar leitura e audição em inglês.

Naturalmente, a internet é uma execelente ferramenta para quem está querendo aprender idiomas, sendo que eu não ouso querer esgotar com essas quatro dicas as possibilidades que cada um de vocês podem encontrar neste ambiente. Contudo, essas dicas são as que posso afirmar que têm funcionado comigo. Bons estudos!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Um pouco do tropicalismo pós-moderno de Tom Zé

As 7 Leis Espirituais segundo Deepak Chopra

LEI DA POTENCIALIDADE PURA
Toda a criação consiste na consciência pura manifestada.
Temos autopoder.

LEI DA DÁVIDA
O Universo opera através de trocas dinâmicas: dar para receber, receber para dar.
Vivemos em prosperidade.

LEI DO DARMA OU DA CAUSA-EFEITO
Toda ação gera uma força de energia que nos é devolvida na mesma espécie.
Somos responsáveis por tudo o que nos acontece.

LEI DO MENOR ESFORÇO
A natureza funciona com o mínimo de esforço, onde nada se esforça para crescer, apenas cresce.
A condição humana iluminada permite fazer com que os sonhos se manifestem com um mínimo de esforço.

LEI DA INTENÇÃO E DO DESEJO
Toda intenção e todo desejo contêm em si mesmos a potencialidade de se realizarem.
O ser humano pode transformar conscientemente o mundo em vive.

LEI DO DESPRENDIMENTO
O desprendimento é o conhecimento da incerteza, a libertação do passado e a vivência do presente como ele é.
Tendo interiorizado o elemento da incerteza, podemos mudar de direção a qualquer momento, fato este que acelera todo o processo de evolução.

LEI DO DARMA OU DA FINALIDADE DA VIDA
Todas as pessoas possuem uma finalidade na vida...
Que é experimentarmos o êxtase e a exultação do nosso espírito ao colocarmos o nosso talento e singularidade ao serviço dos outros.

Fonte: As sete leis espirituais do sucesso.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Citação


"Como dois pássaros de ouro empoleirados na mesma árvore, como amigos íntimos, o Ego e o Eu habitam o mesmo corpo: o primeiro come os frutos doces e amargos da árvore da vida, enquanto o último observa com desprendimento".

Mundaka Upaniskad

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um quase acidente

Um brilho me invade a retina. 
Um farol. 
Um passo a menos. 
Salvo. 
Corro até a calçada mais próxima. 
E Tudo podia ter acabado sem avisos. 
Fim?

Obs.: Em 11 de julho de 2009, eu quase sofri um acidente ao tentar atravessar a Avenida Fernandes Lima. O micronto acima sintetiza o fato.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Se fosse um país, Alagoas seria...

Considerando o PIB total: o Afeganistão; considerando o PIB per capita: a China e considerando a população: a Albânia. E aí, o que acharam de saber que moram numa espécie de Afeganistão? Explorem o infográfico abaixo: Fonte: The Economist.

domingo, 28 de agosto de 2011

sábado, 27 de agosto de 2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Meus Deus, me dê a coragem...

Clarice Lispector

Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.

sábado, 20 de agosto de 2011

Entre palavras, o silêncio

Em A vida secreta das palavras, Isabel Coixet nos ajuda a entender o silêncio como busca de paz interior.

Direção: Isabel Coixet / Atores: Sarah Polley, Tim Robbins, Javier Cámara, Eddie Marsan / Lançamento: 2005 (Espanha) / Duração: 115 min / Gênero: Drama.

Como podemos viver com o nosso passado? Esta é uma pergunta difícil e que raramente temos coragem de nos fazer. Certamente ela dilacera a qualquer um, pois atrás de cada um de nós resta silenciado algum acontecimento marcante, alguma ferida ardente que necessita de mãos tênues e compreensivas para sarar.

A vida secreta das palavras é o silêncio, cimento que alicerça o dito, entrelinha que revela numa explosão de sentimentos a verdade que mesmo exposta não pode ser vista. Por que tamanho segredo? Por que desligar-se do mundo com um toque, liga-desliga, ouve-não ouve, é defesa, Hannah? Seria por causa das marcas impressas em teu corpo no passado violentado por soldados de seu próprio país?

O que sei é que a tua solidão auto-imposta não passa de busca alucinada por paz interior. É o desejo desconcertante de provar o mundo, seus sabores e sua gente... Sim, Hannah, é desejo puro de amar e ser aceita apesar de. Eu te entendo como entendo a mim mesmo.

Sabe, fiquei feliz ao ver você ir além do arroz branco, frango assado e maçã. Foi curioso e ao mesmo tempo constrangedor ver tua fome do mundo ser temporariamente saciada por um prato de nhoque acompanhado de sorvete de queijo, aliás, o favorito do seu amado. Amado? Verdade, a essa altura nem mesmo você sabia que estava apaixonada por um menino de três vezes quinze anos.... Nesse reino encantado flutuando em mar aberto, resistindo a 25 milhões de ondas, você já era a rainha dele, heroína simples, de nome Cora.

Amor em carne resplandecente e crua. Amor no cuidado, no toque mútuo em feridas abertas. Deixe a tempestade rolar, contemple o mar e não esqueça de vigiar os mexilhões, fale a verdade, seja sincera e diga a quem você admira:

- Eu não acreditava que ainda existiam pessoas como você.

Na sua alegria em reconhecer no outro a ousadia do sonho, você é especial, Hannah, e, mesmo nunca tendo sido muito alegre, ainda há de sorrir outras vezes. Acredite, por mais secretas que sejam as palavras, a vida que há nelas vai nos fazer felizes.

McDia Feliz em Alagoas beneficiará a APALA


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Marx estava certo (e errado) por Sérgio Malbergier

Crises podem ser supervalorizadas, ainda mais numa era de noticiário histérico e ubíquo e de mercados histéricos e ubíquos.

Há em curso uma história econômica maior (e melhor) do que a implosão da bolha de consumo e bem-estar dos países ricos, que é a emancipação econômica de bilhões de cidadãos do chamado mundo emergente.

Quanto mais o segundo ato da crise econômica global se desenvolve, mais claro fica que ela é uma crise econômica do Hemisfério Norte. Os países do Sul já saíram da crise há muito tempo. O processo de inclusão socioeconômica das massas desses países se mostrou resistente ao empobrecimento dos ricos.

Nos EUA e na Europa Ocidental, o estouro da grande bolha de prosperidade (via crédito, nos EUA; via benefícios socioeconômicos, na Europa), ainda causará muita agonia. Suas empresas, instituições e cidadãos se sentem inseguros e pessimistas quanto ao futuro, o que é mortal para os negócios, mesmo que se tenha o melhor ambiente de negócios do mundo.

Nos EUA, pátria do consumo, as vendas de carros neste ano devem ser quase 30% menores do que em 2001. O mercado imobiliário do país voltou a afundar, e nunca tantos americanos dependeram da ajuda do governo para comprar alimentos.

Corta para o Brasil, que tem um ambiente de negócios muito pior que o dos EUA, mas onde a confiança é a maior da história, as vendas de carros batem recordes, o mercado imobiliário atinge picos nunca vistos e a procura por programas como o Bolsa-família cai com o aumento do emprego e da renda.

São dinâmicas completamente diferentes. De um lado, EUA, Europa e Japão atordoados pelo estouro da bolha de prosperidade. Do outro, Brasil, China, Índia, Indonésia, Turquia, Angola, Colômbia, Peru, etc., países que depois de anos de liberalização e avanços macroeconômicos vivem processos sólidos de desenvolvimento.

É um tremendo rearranjo geoeconômico que terá conseqüências geopolíticas e culturais muito maiores do que conseguimos vislumbrar hoje.

Na edição 2011 das Maiores Ideias do Ano da prestigiosa revista americana "The Atlantic", a primeira da lista é a emergência da classe média dos emergentes.

Gillian Tett, a editora do "Financial Times" que tratou do tema, escreveu esperançosa que países como Brasil, China e Índia, que antes contribuíam com "choque de oferta" na economia mundial, ao produzir produtos mais baratos, agora, com suas massas consumidoras, podem fornecer um "choque de demanda" capaz de reativar as economias do Norte.

Diz muito de nossos tempos que consumidores como o brasileiro, o indiano ou o chinês possam ser vistos como a salvação das economias de Europa e EUA.

O otimismo aqui no Sul, estampado em quase todos os rostos brasileiros, é o oposto do pessimismo do Norte, cujo porta-voz melhor talvez seja o economista Nouriel Roubini, apelidado de Mister Apocalipse e que previu com antecedência de anos o estouro da bolha de crédito imobiliário e suas consequências.

Roubini anda tão pessimista que disse ao wsj.com que Karl Marx pode ao final estar certo sobre o capitalismo. Como?

Para Roubini, o brutal processo de desalavancagem, que reduz gastos públicos e privados, cria governos zumbis, consumidores zumbis, lares zumbis. Nos últimos anos, disse ele, houve enorme redistribuição de riqueza do trabalho para o capital, dos salários para os lucros. E como as empresas gastam proporcionalmente menos do que os lares, essa concentração reduz a demanda e ameaça a economia.

"Marx estava certo. Em algum ponto, o capitalismo pode se autodestruir. Não se pode continuar transferindo renda do trabalho para o capital sem gerar excesso de capacidade e falta de demanda agregada. Foi isso o que aconteceu. Pensávamos que os mercados funcionavam bem. Eles não estão funcionando. A empresa, para sobreviver e prosperar, pode reprimir gastos trabalhistas cada vez mais, mas os gastos trabalhistas são a renda e o consumo das pessoas. Por isso é um processo autodestrutivo", explicou (provocou) o professor Roubini.

Marx pode estar certo em algumas coisas e errado em outras. Mas é preciso notar que, se é a crise do capitalismo que traz estagnação ao Hemisfério Norte, é o sucesso do capitalismo que traz prosperidade para o Sul.

Originalmente publicado aqui.

Todo corpo tem mais que um desejo

Hoje, caminhando de volta para casa depois do trabalho, encontrei o Marcelo que me chamou para falar sobre um texto que eu escrevi há três anos, sendo originalmente publicado no OVERMUNDO. Motivado pela lembrança, aproveito para trazer esse texto aqui para o blog... É o que segue...

Tela de Frida Kahlo, artista mexicana e bissexual.


“Pois quando eu te vejo
Eu desejo o teu desejo”
(Caetano Veloso, Menino do Rio)

Acontece de Marisa Monte estar a perguntar se alguém é capaz de resistir a uma tentação. O fato ocorre e continua a se repetir toda vez que se ouve a música “A primeira pedra”. Adiantando as inúmeras respostas “sim” - esperadas de todos aqueles que se reprimem -, a artista dá o seu recado libertador: Deixe a sua natureza se manifestar.

Fiquei, então, pensando em qual seria a natureza dos meus e dos teus desejos. Claro que alguém já deve ter abordado isso. Ao buscar a resposta, me informei sobre a Teoria da Sexualidade de Sigmund Freud e escrevo aqui os meus achados.

Para o célebre psicanalista é fato: todo mundo é bissexual. Ou, no mínimo, o somos em potencialidade. Para ele, homens e mulheres não diferem tanto assim. Em termos psicológicos, anatômicos e fisiológicos guardamos inúmeras semelhanças e poucas são as diferenças. Ou seja, de acordo com as idéias freudianas, a orientação sexual seria especialmente condicionada por fatores psicossociais e não meramente por características naturais.

O que chama a atenção nessa teoria é a coragem de seu autor. Coragem de ousar afirmar isso em uma época na qual os órgãos genitais determinavam tudo: as pessoas, os papéis sociais, os destinos, as vidas. Muito corajoso mesmo, esse tal de Freud, pois afirmar isso ainda hoje é polêmico. Prova disso é o rebuliço criado pelas idéias do cientista italiano, Umberto Veronesi. Segundo seus estudos, lançados em agosto do ano passado durante uma conferência na região da Toscana, a humanidade caminha para a bissexualidade.

De acordo com tais pesquisas, ao longo do século XX os novos hábitos de vida promoveram uma espécie de diluição do perfil de cada gênero. Homens e mulheres passaram a atuar de maneira cada vez mais parecida. Atualmente compartilham funções que antes eram tidas como apropriadas apenas a um dos sexos. O autor argumenta ainda que os homens não precisam mais de agressividade, pois não têm mais um clã ameaçado para defender. Enquanto que as mulheres com a conquista do mercado de trabalho tiveram que desenvolver novas posturas sociais, tais como, empreendedorismo, liderança e força - características até pouco tempo atribuídas aos homens.

Por fim, o atual fortalecimento da compreensão de que o ato sexual é, antes de ser um ato reprodutivo, uma experiência de afeto, leva Umberto Veronesi a vislumbrar uma sociedade baseada em relacionamentos não mais orientados pelo gênero, e sim pela simples condição de nossos amores serem humanos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tigresa

Para Flávia...


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sem medo de ser/estar blasé

Blasé é uma palavra francesa que significa em português algo como entediado ou, indo mais fundo na palavra/ideia, significa profundamente entediado de tudo, na realidade ou por afetação.

Por algum tempo tive medo de ser/estar blasé. Contudo, desde que passei a tentar decifrar qual a palavra que me definia – tarefa esta inspirada na leitura frívola do best-seller Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert -; desde então, a palavra blasé me capturou e, confesso, que é com ela mesmo que me identifico atualmente.

Sou/estou blasé, é fato. Tanto que nos últimos tempos tenho deliberadamente optado pela reclusão, afinal, tenho julgado o mundo embotado demais e violento demais, de maneira que não vale a pena correr o risco por tão pouco. Enfim, eu não tenho fome, eu não tenho sede, eu não ardo... Estou no meio do caminho, morno, blasé...

Talvez eu não fique aqui para sempre, pode ser apenas uma fase... Quem sabe... De repente, o dia amanhã nasce quente e alegre o suficiente para me seduzir a uma caminhada... A um amor... Quem sabe... No fim das contas, porém, só não quero mesmo é ter medo de mais nada, nem muito menos de saber que sou/estou blasé.

domingo, 31 de julho de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

O Estatuto da Criança e do Adolescente na escola

Por Carlos Jorge da Silva Correia e Cristina Gomes dos Santos

Tela de Ruud Van Empel


O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA sem dúvida alguma repousa entre as legislações mais avançadas no que se refere à garantia dos direitos humanos das crianças e adolescentes brasileiros. Baseado no princípio de que certos direitos são fundamentais ao adequado desenvolvimento das crianças e adolescentes, o ECA busca garantir o acesso e permanência das crianças à educação básica, bem como assegurar-lhes outros direitos como a saúde, a convivência familiar e a proteção social.

É, pois, uma legislação que se propõe a estabelecer parâmetros basicamente para a garantia de direitos sociais, econômicos e culturais, isto é, direitos de terceira geração, às crianças e adolescentes de nosso país. Contudo, não podemos deixar de considerar que muitos desses direitos parecem estar sendo sistematicamente violados, a tomar como verdadeiras as manchetes quase diárias de agressão familiar, violência sexual contra a infância e exploração da mão de obra de crianças, é quase certo que o ECA ainda precisa ser efetivamente posto em prática na realidade de muitas dessas crianças e adolescentes.

Sendo assim, ao sermos convidados a visitar uma escola a fim de tecer algumas considerações sobre como os direitos das crianças e adolescentes estavam ou não sendo respeitados pela comunidade escolar visitada, ao sermos convidados a realizar essa tarefa, resolvemos visitar uma escola municipal na cidade de União dos Palmares, interior do estado de Alagoas.

Ao chegarmos à escola, apresentamo-nos e esclarecemos o objetivo de nossa visita, na oportunidade em que convidamos a Diretora e Coordenadora Pedagógica para uma conversa sobre os direitos das crianças e adolescentes naquela comunidade.
Em primeiro lugar, perguntamos sobre a realidade da escola e se efetivamente, na opinião daquelas profissionais, vinha sendo garantido aos alunos uma educação de qualidade. A resposta a esta pergunta nos soou conhecida, em síntese testemunhamos o discurso sobre as dificuldades que as escolas têm enfrentado para educar os jovens mesmo diante de várias circunstâncias negativas como a falta de recursos e reconhecimento do trabalho docente, contudo, as entrevistadas foram categóricas ao pontuarem que, pelo menos naquela escola, os professores e funcionários estavam todos conscientes da necessidade de se fazer um trabalho pedagógica que fosse capaz de garantir uma boa formação aos alunos e, na opinião delas, isso vinha sendo realizado.

Por outro lado, de acordo com as entrevistadas em se tratando de outros direitos, como a saúde e o acesso a bens culturais, por exemplo, é verdade que a realidade mostra que tais direitos são negados às crianças da comunidade escolar. Ainda nesse sentido, para elas as crianças não têm naquele bairro oportunidades de lazer, de cultura ou até mesmo posto de saúde, o que caracteriza nas palavras das entrevistadas “um caos” em relação a esses direitos básicos, o que, na opinião dessas profissionais, também afeta a escola, pois as crianças sem esses direitos não podem se desenvolver em toda a potencialidade que possuem.

Ou seja, o cenário que esboçamos com base nessas declarações foi um pouco inusitado: dentro dos muros da escola as crianças e adolescentes estavam sendo protegidas e tendo acesso à educação de qualidade e fora dos muros da escola essas mesmas crianças estavam tendo seus direitos violados ou negados. Pergunta-se: Será esse diagnóstico verdadeiro ou as entrevistadas não conseguiam enxergar o fato de que, provavelmente, a própria escola também estava violando direitos daquelas crianças?

Não estamos aqui para apontar erros na conduta profissional de ninguém, porém, parece-nos um pouco quanto obtuso da parte das entrevistadas reconhecerem que direitos como o lazer e o acesso a bens culturais estavam sendo negados às crianças, achando que isso nada tem a ver com a própria escola. Afinal de contas, uma das funções da escola é justamente propiciar aos alunos esses direitos, de maneira que avistamos na postura daquela comunidade escolar uma inclinação à terceirização da responsabilidade de formar integralmente a criança e o adolescente, pois, não obstante as dificuldades enfrentadas e a constatação de que direitos básicos estão sendo negados às crianças daquela escola, as entrevistadas parecem não ter nenhuma proposta de intervenção nessa realidade.

Em conformidade com as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente no art. 53 incisos de I ao VI “a criança e o adolescente tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho [...]”.

O acesso à educação é assegurado legalmente, tendo em vista se constituir como mecanismo fundamental ao desenvolvimento de qualquer nação, mas depara-se diante de sérios desafios, pois o cumprimento desse direito deixa a desejar. Apesar do compromisso em fazer valê-lo a este segmento estar na escola ainda se identifica de modo geral parte dele sem acesso a vagas, demonstrando este direito ser violado pelo Estado cujo motivo dentre os apontados é devido à falta de documentos, configurando assim no descumprimento a este direito. Também, o art. 94, inciso XIX da referida lei menciona que as entidades de atendimento que desenvolvem programas de internação são responsáveis por “providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiveram”, bem como é acrescentado no art., 136 inciso VIII, como atribuição do Conselho Tutelar requisitar certidões de nascimento [...].

No entanto, sendo a falta de vaga ou de documentação um dos impedimentos para que este direito seja violado é evidente que esforços sejam empreendidos pelos estabelecimentos de ensino para que o quantitativo daqueles que os frequentam seja maior comparado àqueles que estão fora da escola, mas ainda há muito a ser feito para fazer com que criança e adolescente sejam estimulados a permanecer os estudos. Um exemplo claro disso é a questão das escolas considerarem o que preconiza o art. 58 deste Estatuto “no processo educacional respeitar-se-ão aos valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura”.

Assim, a escola além de ser espaço de convívio com a diversidade também pode ser espaço para o lúdico, tendo em vista que os municípios devem destinar recursos e espaços para as programações de lazer voltadas para a infância e a juventude como recomenda a supracitada lei; contudo, ainda assim, nos deparamos diante de situações como a presenciada na referida escola que pouco faz para este direito ser garantido na sua integralidade.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ecofont



Hoje descobri mais uma possibilidade de efetivar, em certa medida, a partir de uma boa prática, aquela nossa vontade de ajudar a construir a sustentabilidade para a vida nesse planeta. Nesse sentido, estou certo de que somente conseguiremos alcançar esse sonho quando todos nós praticarmos gestos diários de cuidado para com o meio ambiente.

Nessa perspectiva, o que quero compartilhar com vocês é uma prática sustentável que a Advocacia Geral da União - AGU tem tornado realidade ao adotar a Ecofont como fonte de todos os textos digitados naquela instituição. O que é a Ecofont? Segue uma imagem, como exemplo, que vale por mil palavras:


Estão vendo os pontinhos brancos que compõem a fonte? Pois, então, eles são responsáveis pela economia de quase 20% da tinta ou toner utilizados para impressão de documentos de texto.

Mais informações sobre a fonte e, inclusive, o link para o download da Ecofont podem ser obtidos no site da AGU clicando aqui.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O estético e o ético interpelados pela poesia



“Mas como explicar então que o diário tenha tomado uma feição de tal modo poética? A resposta não apresenta dificuldades, resultando de possuir ele, na sua pessoa, uma natureza poética que não era, se o quiserem, nem suficientemente rica nem suficientemente pobre para distinguir entre a poesia e a realidade. O tom poético era o excedente fornecido por ele próprio. Esse excedente era a poesia cujo gozo ele ia colher na situação poética da realidade, e que retomava sob a forma de reflexão poética. Era este o seu segundo prazer e o prazer constituía a finalidade de toda a sua vida. Primeiro gozava pessoalmente a estética, após o que gozava esteticamente a sua personalidade. Gozava pois egoisticamente, ele próprio, o que a realidade lhe oferecia, bem como aquilo com que fecundava essa realidade; no segundo caso, a sua personalidade deixava de agir, e gozava a situação, e ela própria na situação. Tinha a constante necessidade, no primeiro caso, da realidade como ocasião, como elemento; no segundo caso a realidade ficava imersa na poesia. O resultado da primeira fase era pois o estado de espírito, de onde surgiu o diário como resultado da segunda fase, tendo esta palavra um sentido algum tanto diferente nos dois casos. Graças à ambiguidade em que decorria a sua vida, sempre ele esteve sob o império de uma influência poética.”

KIERKEGAARD, Søren Aabye. Diário de um sedutor. Tradução de Carlos Grifo, Maria José Marinho, Adolfo Casais Monteiro. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 28-29.

domingo, 10 de julho de 2011

sábado, 9 de julho de 2011

Festival Internacional de Humor em DST e Aids

Repercutindo notícia do Blog Saúde Uol...

A prevenção, o tratamento e os direitos humanos são o tema da Exposição Internacional de Humor em DST e Aids, que já visitou diversos países, dentre eles: Suíça, Áustria, México, Estados Unidos. Agora está na Cadeia Pública José Frederico Marques, do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro e fica até 5 de agosto.

A seguir, algumas charges:










Mais detalhes aqui.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Gênesis dos mais doces bárbaros



GÊNESIS
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia ou os Mais Doces Bárbaros

Primeiro não havia nada
Nem gente, nem parafuso
O céu era então confuso
E não havia nada
Mas o espírito de tudo
Quando ainda não havia
Tomou forma de uma jia
Espírito de tudo
E dando o primeiro pulo
Tornou-se o verso e reverso
De tudo que é universo
Dando o primeiro pulo
Assim que passou a haver
Tudo quanto não havia
Tempo, pedra, peixe, dia
Assim passou a haver

Dizem que existe uma tribo
De gente que sabe o modo
De ver esse fato todo
Diz que existe essa tribo
De gente que toma um vinho
Num determinado dia
E vê a cara da jia
Gente que toma um vinho

Dizem que existe essa gente
Dispersa entre os automóveis
Que torna os tempos imóveis
Diz que existe essa gente
Dizem que tudo é sagrado
Devem se adorar as jias
E as coisas que não são jias
Diz que tudo é sagrado

E não havia nada
Espírito de tudo
Dando o primeiro pulo
Assim passou a haver
Diz que existe essa tribo
Gente que toma um vinho
Diz que existe essa gente
Diz que tudo é sagrado

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Aprendizagens do ECA



Segue o conto que inspirou os quadrinhos...

APRENDIZAGENS DO ECA
Edilaine Vieira Lopes

Foi em 2003, ou melhor, março de 2003. Eu acabara de sair do magistério e estava encarando meu primeiro desafio como educadora:meu estágio! Estava em uma humilde escola municipal, próxima à minha casa, onde estudei até a quarta série, e agora dividia espaço com meus antigos (e finalmente colegas) professores.

A segunda série, turma na qual desenvolvi vários projetos durante o estágio, era encantadora! Crianças pobres e simples, mas que, ao final de cada aula, ajudavam-me a carregar os livros e as caixas de leitura até minha casa, a duas quadras da escola.

Todas aquelas crianças eram especiais para mim.Mas havia um menino, de apenas oito anos, baixinho, magro, quase desnutrido, amarelinho e de roupas rasgadas, que mexeu muito comigo. Eu sabia que outro motivo trazia-o à escola, além do estudo: a fome. Bastava vê-lo chegar e tomar com vontade seu copo de leite com pão, presenciar sua terceira repetição diária de feijão ou polenta com molho durante a merenda ou apenas acompanhar sua triste volta para casa, com uma banana ou uma laranja na mão.

Eu já havia estudado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) inteirinho durante o magistério. Sabia que me deparararia com casos em que crianças são maltratadas ou abnegadas de seus direitos. Só não sabia que seria assim, tão traumático, como foi no meu estágio.

Um dia cheguei à escola, como de costume, cedo da tarde, logo após o almoço. Para minha surpresa, lá estava ele: o meu aluno! Logo naquele dia de chuva, com a temperatura caindo dois graus a cada hora, ele resolveu ir à aula... Que milagre! Nunca ia quando chovia muito, pois tinha poucas roupas e apenas um tênis velho e rasgado que a família “sorteava” entre os cinco irmãos durante a semana de chuva, fazendo com que cada um deles fosse num dia da semana, pelo menos para garantir a comida que ganhavam da escola.

“Estudar pra quê?”, como eles mesmos falam por lá. É costume mandar os filhos para ganhar o que comer e voltar para casa de estômago cheio. O que não ocorria em semanas de chuva, mas naquele dia, sim. Aproximei-me e perguntei:

– Veio à aula hoje, Samuel? Não está com frio, só de chinelos?
De cabeça baixa, mal me olhou e respondeu rapidamente, desviando de minha direção, o que não era de costume:
– É, meu irmão também veio, tá com meu tênis, “sora”.
Quando virou seu rosto, vi seu olho inchado, roxo, e não me contive:
– O que houve com seu olho?
Silêncio.
– Nada, não, sora, eu caí no banheiro.

Eu sabia que a humilde casa, que mal abrigava todos os irmãos juntos em um único cômodo, não tinha banheiro grande, a ponto de se cair num tombo. Mas respeitei seu silêncio e fomos para a sala de aula. Lá, o inevitável. Bateram na porta:

– Vim buscá meu filho. Ele vai voltá pra casa.
– Não vô! Quero ficá.
– Tá frio, vamo embora, eu tô mandando.

Apavorada com a mãe de olho roxo, gritando com o filho na porta, deduzi que ela não podia ter caído no banheiro também... Na tentativa de me tranqüilizar, os colegas de Samuel falaram:

– Xiiii! Acho que eles vão fugir de novo...
– Fugir de quem? Por quê? – perguntei apavorada.
– Do pai, ué? Ou a senhora não sabe que ele é bebum? Chega em casa e bate na mulher. Daí, sobra pro Samuel também.

Imediatamente, procurei a coordenação pedagógica, que me disse ser comum essa atitude também em outras famílias de alunos da escola. No outro dia de manhã, inconformada, fui até a casa de Samuel e, para minha surpresa, encontro a irmã mais velha, que não me diz para onde levaram meu querido e indefeso aluno. Pergunto pelo pai. Ela desconversa, diz que não está. Escuto barulhos na casa. Em tom de advertência, menciono o ECA, dizendo que os direitos de Samuel estavam sendo desrespeitados e que acionaríamos as autoridades caso ele voltasse à escola com vestígios de agressão.

Passaram-se alguns dias. Era uma manhã fria, tipicamente gaúcha. Daquelas em que acordamos cedo, só para ficar comendo pinhão e tomando chimarrão à beira do fogão à lenha. Fui à escola e lá encontrei Samuel, acompanhado do pai, que me disse:
– Obrigado por cuidá do meu filho.

Sem palavras e tomada de ódio, ouvi Samuel, ainda com um tom roxo em torno dos olhos, contar que seu pai arrependera-se e fora procurar ajuda em um grupo de apoio, o qual lhe estava aconselhando a preservar os direitos da sua família e dos seus filhos. Sem o ECA, eu não teria subsídios nem coragem de ir até aquele barraco falar com aquela gente... Mas fui, confiante na força deste poderoso Estatuto. Hoje, continuo lecionando, numa situação social um pouco diferente, em outra escola. Contudo, certas vezes, ainda me deparo com casos de abusos, para isso, não hesito: puxo o meu ECA do bolso e aponto, como se fosse um cartão vermelho na mão de um juiz em final de Copa do Mundo!

LOPES, Edilaine Vieira. Aprendizagens do ECA. In: Vários autores. Causos do ECA: histórias em retrato. O Estatuto da Criança e do Adolescente no cotidiano. São Paulo: Fundação Telefônica, 2006. p. 106-112.

domingo, 3 de julho de 2011

Ressonância Schumann por Leonardo Boff


Não apenas as pessoas mais idosas, mas também jovens fazem a experiência de que tudo está se acelerando excessivamente. Ontem, foi carnaval, dentro de pouco será Páscoa, mais um pouco, Natal. Esse sentimento é ilusório ou possui base real? Pela "ressonância Schumann" se procura dar uma explicação. O físico alemão W.O. Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera que fica cerca de 100 km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schumann) mais ou menos constante da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio a biosfera, condição comum de todas as formas de vida.

Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma freqüência de 7,83 hertz. Empiricamente fez-se a constatação que não podemos ser saudáveis fora desta freqüência biológica natural. Sempre que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas, submetidos à ação de um "simulador Schumann" recuperavam o equilíbrio e a saúde. Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa freqüência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico.

Ocorre que, a partir dos anos 80 e de forma mais acentuada a partir dos anos 90, a freqüência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo. O coração da Terra disparou. Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido a aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real neste transtorno da ressonância Schumann.

Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui, abre-se o espaço para grupos esotéricos e outros futuristas projetarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes terríveis, ora esperançadores como a irrupção da quarta dimensão pela qual todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com bioritmo da Terra.

Não pretendo reforçar este tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efetivamente, um superorganismo vivo, de que Terra e humanidade formamos uma única entidade, como os astronautas testemunham de suas naves espaciais. Nós, seres humanos, somos Terra que sente, pensa, ama e venera. Porque somos isso, possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Schumann. Se queremos que a Terra reencontre seu equilíbrio devemos começar por nós mesmos: fazer tudo sem stress, com mais serenidade, com mais amor que é uma energia essencialmente harmonizadora.

Para isso importa termos coragem de ser anti-cultura dominante que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efetivos. Precisamos respirar juntos com a Terra para conspirar com ela pela paz.

Texto originalmente publicado aqui.