segunda-feira, 27 de junho de 2011

Em dia de parada, que tal pararmos para refletir?



Ontem, 26 de junho de 2011, cerca de 4 milhões de pessoas participaram da maior parada gay do mundo. Nesse contexto, propus entre meus amigos no Orkut um minuto de reflexão sobre as declarações abaixo dadas a jornalistas do Portal Uol:

“Nós temos o maior respeito a todas as religiões. Não queremos destruir a família de ninguém. Nós queremos apenas construir a nossa”, afirma Tony Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais).

Wyllys [deputado federal] criticou os religiosos contrários ao projeto. “Esse lema [amai-vos uns aos outros, tema da parada neste ano] aponta para a necessidade de uma reinterpretação do texto bíblico”, disse o parlamentar.


Segue algumas considerações de meus amigos:

Mariana Fernandes: concerteza, Carlos. Respeito acima de tudo. Não é porque penso diferente que as minhas ideias são melhores ou piores, só diferente.
beijão!!!

Kennia Galdino: Às vezes somos demasiadamente moralistas sem querer. Dizia que respeitava, mas era moralista. Consegui (ou conseguimos) perceber isso... Ainda bem...

Sérgio Rogério: A refleão é Necessária, Carlos
abçs

Flávia Souza: "O que salva da AIDS são comportamentos corretos, responsáveis, respeitosos, dignos. Isso salva da AIDS",( cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo)
Não sabia que a AIDS era moralista!
Caio F. escreveu a "A mais justa das saias" há alguns anos mas(infelizmente) ainda serve para responder ao cardeal:
"Tem muita gente contaminada pela mais grave manifestação do vírus — a aids psicológica.
A primeira vez que ouvi falar em aids foi quando Markito morreu. Eu estava na salinha de TV do velho Hotel Santa Teresa, no Rio, assistindo ao Jornal Nacional. “Não é possível” — pensei — “Uma espécie de vírus de direita, e moralista, que só ataca aos homossexuais?” Não, não era possível. Porque homossexualidade existe desde a Idade da Pedra. Ou desde que existe a sexualidade — isto é: desde que existe o ser humano.[...], nos gregos, nos índios, em toda a história da humanidade. Por que só agora “Deus” ou a “Natureza” teriam decidido puni-los? " (Pequenas epifanias).

Mariana Fernandes: Respeito, comportamentos corretos, responsabilidade e dignidade não são sinônimos de moralismo, essas palavras podem está em qualquer pessoa ela não precisa ser moralista...

Mariana Fernandes: até porque cada um interpreta a vida como quer, vive como quiser e ela pode se sentir respeitada, digna, , se caso ela não se sinta assim, talvez nem ela tenha se aceitado ainda.

Carlos Correia: Concordo com a Mari, dignidade independe de moralismo... Flávia, acho que o cardeal foi sensato nessa colocação, pois imagino que ao falar em comportamentos corretos ele também queira falar nas entrelinhas sobre a importância do sexo seguro, o que já não é mais uma orientação somente para os gays (como era na época que o caio f. escreveu sobre essa saia justa), mas hoje em dia vale para todos.

Flávia Souza: Com certeza dignidade independente de moralismo, caso contrário voltamos a idade da pedra!
Mas o que o cardeal falou foi em um dicurso direcionado a última parada gay, sobre a campanha "Nem santo te salva, use camisinha".- Penso que isso é comportamento correto e o resto caminha para um falso moralismo, e doença seja aids, ou qualquer outra não escolhe né!

Carlos Correia: Ah, entendi... Realmente não entendo essa postura da igreja católica em negar o uso da camisinha, pois, de fato, "nem santo te salva, use camisinha".

Carlos Correia: Na verdade, eu entendo essa postura da igreja, pois ela se baseia no ideal de que as pessoas deviam se relacionar apenas com o/a companheiro/a com quem se casou, ou seja, tem por base os valores da fidelidade e do sexo após o casamento. Quando eu digo que não entendo eu estou querendo dizer, na verdade, que acho essa postura para lá de ingênua. Contudo, respeito a colocação do cardeal, afinal, antes de tudo, ele está professando a sua fé.

Kennia Galdino: Mas venhamos e convenhamos que muitos esquecem até onde o professar a fé deve ir e vociferam preconceitos por não respeitar esse limite... Esquecem que a crença deles deve ter um limite, e este é o respeito às coisas que a sua crença prega como errado, mas que, através da maravilha do livre arbitrio, existem em todo o mundo há muito tempo.. Ser gay não é coisa do diabo, é coisa da sexualidade de cada um...

Carlos Correia: Verdade, Kennia... Não disconsidero que existem realmente esses que ao professarem a sua fé "diabolizam" o comportamento homossexual. Qualquer fórum que trate desse tema na internet rapidamente é inundado por comentários desse tipo, o que evidencia a discriminação religiosa que os gays sofrem. Para mim, o direito a professar sua fé, religião, filosofia é fundamental, porém nenhuma crença religiosa pode ser usada para justificar a negação de direitos a quem quer que seja. Contudo, é isso que temos visto, infelizmente, quando diariamente somos convidados a assistir as articulações nada santas da chamada banca evangélica que, diante da crise do ministro palocci, usou a artinha da confrontar a presidente com uma provável CPI contra o ministro caso ela não cancelasse o programa anti-homofobia do MEC. Não deu outra, todos sabemos o resultado dessa chantagem, o kit anti-homofobia veio à tona como um instrumento de "desestruturação familiar", quanto maldade desses homens que professam fé em Cristo, não?

Mariana Fernandes: gente se puder vejam este site e assistam o vídeo, por favor: http://hitnarede.com/2009/06/padre-fabio-e-sua-visao-pos-moderna-sobre-o-homossexualismo/

Dianini Lima: A minha opinião esta no pensamento, nas palavras de Caio Fernando Abreu, que apesar do tempo continuam atuais... Uma vez que o preconceito e a desinformação são fatores que ainda predominam e parece se renovar no decorrer dos tempos : http://caiofcaio.blogspot.com/2011/06/conhecendo-o-paraiso-1.html

Carlos Correia: Li a entrevista do Caio F. Concordo em parte. Discordo princilpamente quando ele diz que a luta dos gays não é uma atitude a ser estimulada, discordo porque, mesmo entendo como ele que a humanidade é uma só, não posso deixar de reconhecer que, dentro desse todo, há particularidades e dentro dessas particularidades vemos pessoas serem discriminadas, negadas pela sociedade quando a questão é lhes garantir direitos. Portanto, vejo que a luta é válida na medida em que, por sermos desiguais, ainda é necessário tratat os desiguais na sua desigualdade, como um remédio para a sociedade desigual que somos, a partir daí, sim, quando estivermos todos mais ou menos equiparados aí a gente pode falar em igualdade, desnecessidade de lutas...

Carlos Correia: Mari, também li a opinião do pe. fábio de melo. sem dúvida alguma é um caminho plausível a ser adotado por quem se diz cristão. afinal de contas, antes de tudo, cristo ensinou o amor e o respeito até mesmo para com os inimigos. quando menciono movimentos religiosos, estou falando quase especificamente sobre setores das igrejas evangélicas que tomam a homossexualidade como coisa do "diabo" e tal, aliás, como quase tudo no mundo é visto assim por essas pessoas fundamentalistas... Agora, diante da força política que essas pessoas encontram junto a determinados líderes religiosos/políticos eles acabam fazendo essa visão de mundo prevalecer sobre políticas públicas, está aí a injustiça que vem sendo construída no Brasil: a segregação religiosa evangélica. Acho algo beirando o absurdo querer organizar a sociedade a partir desse prisma, imagine se todas as religiões que existem no Brasil rogassem para si esse privilégio? Seria um caos de doutrinas/leis, de maneira que a "fogueira santa" haveria de se reinaugurada.

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