quinta-feira, 21 de junho de 2012

"... No vácuo de um quarto..."

Desde a janela do meu quarto.
O verso acima não está inteiro, as reticências evidenciam o fato. Quem ouvir a música Longe, de Marcelo Jeneci, poderá constatar o começo e o fim sem fim do verso citado. Mas o que interessa no momento é somente a imagem de um quarto. Quatro paredes e, eventualmente, uma janela.

Estando em um quarto com janela a gente de alguma maneira se livra da prisão imposta pelas circunstâncias ou por si mesmo, Vai Saber? Que todo mundo tem direito a uma janela, direito certo em uma sociedade líquida, com isso eu concordo totalmente, pois elas nos lembram, assim sem querer e sem esforço, que lá fora, talvez longe, existe algo mais... Uma saudade, uma pessoa ou até mesmo um coqueiro insinuante feito aquele fotografado por mim nesta tarde desde a janela do meu Quarto de Dormir. Eu assumo, este texto é um hipertexto de canções. Queiram ouvir, pois, Quarto de Dormir de Arnaldo Antunes e Marcelo Jeneci.

Até aqui, como estamos? Estou Longe em um Quarto de Dormir, tentando lembrar as palavras que usei para te seduzir e vice-versa, quando me dou conta, em tal exercício, que eu não sei dizer o que me uniu, afinal, a você. Aconteceu. E concordo com Marisa Monte que foi melhor assim, muito melhor! Um acontecimento é coisa rara, marca a pele, resta sempre como experiência.

Eis que estou aqui, com uma saudade. É alguma coisa. Especialmente quando sabemos que não é Tão Chic assim ser triste o tempo todo, visto que a vida voa baixinho, tenhamos um amor de carnaval que dure como bem nos aconselha Adriana Calcanhotto em seu sambinha bom. Ah, Vai Saber? também é da Adrix. Para finalizar, os últimos versos desde Longe...

"Não dá mais pra voltar
E eu nem me despedi
Onde é que eu vim parar
Por que eu fiquei tão longe…
Tão longe…"


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